A espetacularização dos conflitos familiares

A cada dia cresce o número de exposições on-line de conflitos familiares, muitas vezes ocorrem de forma planejada, outras não. Os atos praticados no mundo virtual resultarão em consequências para os seus autores, caso configurem atos ilícitos, as ofensas a direitos produzem responsabilização e indenização.

Ao expor informações da intimidade de relações casamentarias para terceiros, a pessoa já assumiu o risco da divulgação, até mesmo o compartilhamento excessivo de informações pessoais dos filhos, chamada de sharenting, vem chegando ao Poder Judiciário. É de bom-senso, refletir sobre a exposição dos filhos, quando os pais estão divorciados, sempre com equilíbrio e diálogo.

Mas para além do Direito das Famílias, deve haver sutileza para manejar o fim das relações, a discrição é crucial, revelar pormenores íntimos sobre desavenças, os motivos do término, não só infringe a privacidade antes compartilhada, mas propaga fofocas desnecessárias que podem agravar a situação.

Em vez de tornar público esses episódios íntimos, é mais proveitoso internalizar e refletir sobre essas vivências, esta postura valoriza a confidencialidade e estimula um processo de recuperação mais introspectivo e profundo.

Se surge a necessidade de falar sobre esses acontecimentos, já é um indicativo de que há emoções pendentes de resoluções. Assim, é mais eficaz engajar-se em uma conversa interior para entender e processar esses sentimentos, ou buscar a ajuda profissional de um psicólogo, em vez de colher alívios em desabafos externos.

Tratar os términos de maneira privada e com dignidade, preserva não só a própria saúde emocional, mas também a das outras partes envolvidas, esse é um caminho respeitoso e discreto, que valoriza as experiências vividas em conjunto e favorece o desenvolvimento pessoal.

Aprender a controlar as reações e emoções, sem deixar que as agitações dos acontecimentos externos exerçam esse domínio sobre a mente, trará a força necessária para atravessar esses momentos com elegância e resiliência.