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Como não se tornar prisioneiro da própria família III

  • Foto do escritor: Nanci Valentim
    Nanci Valentim
  • 25 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura
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Tanto quanto possível esse processo de diferenciar-se dos outros membros da família precisa estar engatado em uma aliança com os demais membros familiares, senão, essa situação que tentamos modificar vai ricochetear nas regras do sistema que formamos e nos arriscamos a ficarmos imobilizados exatamente no lugar onde nos puseram aqueles que não suportam a nossa diferença.


Seremos aquele que leva a culpa no lugar de outro e isso permitirá a todos de consciência limpa tornar as regras ainda mais rígidas, o nosso próprio comportamento lhes dará esse direito e provocará a marginalização e até nossa exclusão no grupo familiar.


As regras que regem nossas famílias, foram criadas por todos nós – pais, irmãos, cônjuges, nós mesmos – são regras e mitos que nos cercam e fornecem o cimento que nos une, que faz a todos nós sentirmos que somos membros de um único grupo humano.


Portanto, compreender que sobreviver à própria família não é uma coisa que acontece naturalmente, é saber pegar o bastão que nossos pais nos passam e manter a filiação sem ser prisioneiro daquilo que sentimos como lealdade para se aliar a esse jogo de regras, propondo novas regras, fazer surgir outra maneira de ver, sem que, por reação, cristalize a maneira de ver antiga.


A melhor diferenciação é sempre aquela que se faz na aliança com o que nos diferenciamos.


É respeitando a alteridade dos membros da nossa família se quisermos que a nossa própria alteridade seja respeitada. Nossa demanda será ainda mais legítima se admitirmos e comportarmos a aceitação da reciprocidade.


É possível dizer sim sem ficar furioso e dizer não sem sentir culpa, isso ajudará aqueles que nos cercam a descobrir que eles também têm direito à autonomia, e isso será mais bem-sucedido de certa forma se a aliança for mantida com pessoas das quais nos separamos, pois não é preciso que o outro esteja errado para termos razão.


(Texto adaptado do livro de Mony Elkaïn, "Como sobreviver à sua própria família, 2008)

 
 
 

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