Discernimento - necessário sob a pena de falharmos

O Direito Civil nos traz a teoria das incapacidades, que reduz o problema de proteção de pessoas com discernimento limitado à capazes ou a incapazes. A complexidade da mente humana põe em xeque a noção da falta de discernimento para a realização de todo e qualquer ato da vida civil.

Mas sob outra análise, não estaríamos todos os incapazes de ter discernimento no seu mais amplo sentido?

Segundo o dicionário, discernimento é a faculdade de julgar as coisas com clareza e sensatez, é ter critério, fazer ‘juízo de’. É isso, mas é muito mais ainda e deve ser praticado a cada passo que damos em nossa vida e até o final dela. O discernimento é o primeiro passo a se dar.

Evitaríamos vários tipos de conflitos, se antes nos recolhêssemos para ouvirmos a nossa voz interna. É nosso desejo ver-se encolerizado? Apraz ouvir palavras ásperas? Sentir ciúmes? Estar ávido por dinheiro ou invejar os bens alheios? Ou ceder ao desânimo? Não, com certeza não desejamos nenhuma dessas coisas, portanto, devemos saber distinguir os nossos desejos.

O discernimento é necessário sob a pena de falharmos. Temos de organizar nossa vida utilizando sempre a razão e o bom senso, deixando aos outros a mesma plena liberdade da qual necessitamos.

Devemos aprender a pensar por si sobre a questão e por si ajuizar se ela é razoável ou não, inclusive, o nosso pensamento acerca dos outros deve ser verdadeiro, não fazer suposições, se assim for, procederemos insensatamente.

Que saibamos ser verdadeiros ao falar, exatos e sem exageros, não atribuindo más intenções a outros, se ouvirmos a narrativa sobre alguém não devemos levar adiante, pode não ser verdadeira ou ainda que seja, o mais bondoso é nada dizer. Pensemos bem antes de falar para evitar cair em inexatidões.

Que sejamos verdadeiros na ação, por muito que nosso desejo seja prestar auxílio, enquanto formos ignorantes, poderemos fazer mais mal do que bem.